Texto inédito do Papa Bento XVI publicado por ocasião do 50° aniversário do início do Concílio Vaticano II


Foi um dia maravilhoso aquele 11 de Outubro de 1962 quando, com a entrada solene de mais de dois mil Padres conciliares na Basílica de São Pedro em Roma, se abriu o Concílio Vaticano II. Em1931, Pio XI colocara no dia 11 de Outubro a festa da Maternidade Divina de Maria, em recordação do facto que mil e quinhentos anos antes, em 431, o Concílio de Éfeso tinha solenemente reconhecido a Maria esse título, para expressar assim a união indissolúvel de Deus e do homem em Cristo. O Papa João XXIII fixara o início do Concílio para tal dia com o fim de confiar a grande assembleia eclesial, por ele convocada, à bondade materna de Maria e ancorar firmemente o trabalho do Concílio no mistério de Jesus Cristo. Foi impressionante ver entrar os bispos provenientes de todo o mundo, de todos os povos e raças: uma imagem da Igreja de Jesus Cristo que abraça todo o mundo, na qual os povos da terra se sentem unidos na sua paz.

Foi um momento de expectativa extraordinária pelas grandes coisas que deviam acontecer. Os concílios anteriores tinham sido quase sempre convocados para uma questão concreta à qual deviam responder; desta vez, não havia um problema particular a resolver. Mas, por isso mesmo, pairava no ar um sentido de expectativa geral: o cristianismo, que construíra e plasmara o mundo ocidental, parecia perder cada vez mais a sua força eficaz. Mostrava-se cansado e parecia que o futuro fosse determinado por outros poderes espirituais. Esta percepção do cristianismo ter perdido o presente e da tarefa que daí derivava estava bem resumida pela palavra «actualização»: o cristianismo deve estar no presente para poder dar forma ao futuro. Para que pudesse voltar a ser uma força que modela o porvir, João XXIII convocara o Concílio sem lhe indicar problemas concretos ou programas. Foi esta a grandeza e ao mesmo tempo a dificuldade da tarefa que se apresentava à assembleia eclesial.

Obviamente, cada um dos episcopados aproximou-se do grande acontecimento com ideias diferentes. Alguns chegaram com uma atitude mais de expectativa em relação ao programa que devia ser desenvolvido. Foi o episcopado do centro da Europa – Bélgica, França e Alemanha – que se mostrou mais decidido nas ideias. Embora a ênfase no pormenor se desse sem dúvida a aspectos diversos, contudo havia algumas prioridades comuns. Um tema fundamental era a eclesiologia, que devia ser aprofundada sob os pontos de vista da história da salvação, trinitário e sacramental; a isto vinha juntar-se a exigência de completar a doutrina do primado do Concílio Vaticano I através duma valorização do ministério episcopal. Um tema importante para os episcopados do centro da Europa era a renovação litúrgica, que Pio XII já tinha começado a realizar. Outro ponto central posto em realce, especialmente pelo episcopado alemão, era o ecumenismo: o facto de terem suportado juntos a perseguição da parte do nazismo aproximara muito os cristãos protestantes e católicos; agora isto devia ser compreendido e levado por diante a nível de toda a Igreja. A isto acrescentava-se o ciclo temático Revelação-Escritura-Tradição-Magistério. Entre os franceses, foi sobressaindo cada vez mais o tema da relação entre a Igreja e o mundo moderno, isto é, o trabalho sobre o chamado «Esquema XIII», do qual nasceu depois a Constituição pastoral sobre a Igreja no mundo contemporâneo. Atingia-se aqui o ponto da verdadeira expectativa suscitada pelo Concílio. 

A Igreja, que ainda na época barroca tinha em sentido lato plasmado o mundo, a partir do século XIX entrou de modo cada vez mais evidente numa relação negativa com a era moderna então plenamente iniciada. As coisas deviam continuar assim? Não podia a Igreja cumprir um passo positivo nos tempos novos? Por detrás da vaga expressão «mundo de hoje», encontra-se a questão da relação com a era moderna; para a esclarecer, teria sido necessário definir melhor o que era essencial e constitutivo da era moderna. Isto não foi conseguido no «Esquema XIII». Embora a Constituição pastoral exprima muitas elementos importantes para a compreensão do «mundo» e dê contribuições relevantes sobre a questão da ética cristã, no referido ponto não conseguiu oferecer um esclarecimento substancial.


Inesperadamente, o encontro com os grandes temas da era moderna não se dá na grande Constituição pastoral, mas em dois documentos menores, cuja importância só pouco a pouco se foi manifestando com a recepção do Concílio. Trata-se antes de tudo da Declaração sobre a liberdade religiosa, pedida e preparada com grande solicitude sobretudo pelo episcopado americano. A doutrina da tolerância, tal como fora pormenorizadamente elaborada por Pio XII, já não se mostrava suficiente face à evolução do pensamento filosófico e do modo se concebia como o Estado moderno. Tratava-se da liberdade de escolher e praticar a religião e também da liberdade de mudar de religião, enquanto direitos fundamentais na liberdade do homem. Pelas suas razões mais íntimas, tal concepção não podia ser alheia à fé cristã, que entrara no mundo com a pretensão de que o Estado não poderia decidir acerca da verdade nem exigir qualquer tipo de culto. A fé cristã reivindicava a liberdade para a convicção religiosa e a sua prática no culto, sem com isto violar o direito do Estado no seu próprio ordenamento: os cristãos rezavam pelo imperador, mas não o adoravam. Sob este ponto de vista, pode-se afirmar que o cristianismo, com o seu nascimento, trouxe ao mundo o princípio da liberdade de religião. 

Todavia a interpretação deste direito à liberdade no contexto do pensamento moderno ainda era difícil, porque podia parecer que a versão moderna da liberdade de religião pressupusesse a inacessibilidade da verdade ao homem e, consequentemente, deslocasse a religião do seu fundamento para a esfera do subjectivo. Certamente foi providencial que, treze anos depois da conclusão do Concílio, tivesse chegado o Papa João Paulo II de um país onde a liberdade de religião era contestada pelo marxismo, ou seja, a partir duma forma particular de filosofia estatal moderna. O Papa vinha quase duma situação que se parecia com a da Igreja antiga, de modo que se tornou de novo visível o íntimo ordenamento da fé ao tema da liberdade, sobretudo a liberdade de religião e de culto.

O segundo documento, que se havia de revelar depois importante para o encontro da Igreja com a era moderna, nasceu quase por acaso e cresceu com sucessivos estratos. Refiro-me à declaração Nostra aetate, sobre as relações da Igreja com as religiões não-cristãs. Inicialmente havia a intenção de preparar uma declaração sobre as relações entre a Igreja e o judaísmo – um texto que se tornou intrinsecamente necessário depois dos horrores do Holocausto (shoah). Os Padres conciliares dos países árabes não se opuseram a tal texto, mas explicaram que se se queria falar do judaísmo, então era preciso dedicar também algumas palavras ao islamismo. Quanta razão tivessem a este respeito, só pouco a pouco o fomos compreendendo no ocidente. Por fim cresceu a intuição de que era justo falar também doutras duas grandes religiões – o hinduísmo e o budismo – bem como do tema da religião em geral. A isto se juntou depois espontaneamente uma breve instrução relativa ao diálogo e à colaboração com as religiões, cujos valores espirituais, morais e socioculturais deviam ser reconhecidos, conservados e promovidos (cf. n. 2). Assim, num documento específico e extraordinariamente denso, inaugurou-se um tema cuja importância na época ainda não era previsível. Vão-se tornando cada vez mais evidentes tanto a tarefa que o mesmo implica como a fadiga ainda necessária para tudo distinguir, esclarecer e compreender. No processo de recepção activa, foi pouco a pouco surgindo também uma debilidade deste texto em si extraordinário: só fala da religião na sua feição positiva e ignora as formas doentias e falsificadas de religião, que têm, do ponto de vista histórico e teológico um vasto alcance; por isso, desde o início, a fé cristã foi muito crítica em relação à religião, tanto no próprio seio como no mundo exterior.

Se, ao início do Concílio, tinham prevalecido os episcopados do centro da Europa com os seus teólogos, nas sucessivas fases conciliares o leque do trabalho e da responsabilidade comuns foi-se alargando cada vez mais. Os bispos reconheciam-se aprendizes na escola do Espírito Santo e na escola da colaboração recíproca, mas foi precisamente assim que se reconheceram servos da Palavra de Deus que vivem e trabalham na fé. Os Padres conciliares não podiam nem queriam criar uma Igreja nova, diversa. Não tinham o mandato nem o encargo para o fazer: eram Padres do Concílio com uma voz e um direito de decisão só enquanto bispos, quer dizer em virtude do sacramento e na Igreja sacramental. Então não podiam nem queriam criar uma fé diversa ou uma Igreja nova, mas compreendê-las a ambas de modo mais profundo e, consequentemente, «renová-las» de verdade. Por isso, uma hermenêutica da ruptura é absurda, contrária ao espírito e à vontade dos Padres conciliares.

No cardeal Frings, tive um «pai» que viveu de modo exemplar este espírito do Concílio. Era um homem de significativa abertura e grandeza, mas sabia também que só a fé guia para se fazer ao largo, para aquele horizonte amplo que resta impedido ao espírito positivista. É esta fé que queria servir com o mandato recebido através do sacramento da ordenação episcopal. Não posso deixar de lhe estar sempre grato por me ter trazido – a mim, o professor mais jovem da Faculdade teológica católica da universidade de Bonn – como seu consultor na grande assembleia da Igreja, permitindo que eu estivesse presente nesta escola e percorresse do interior o caminho do Concílio. Este livro reúne os diversos escritos, com os quais pedi a palavra naquela escola; trata-se de pedidos de palavra totalmente fragmentários, dos quais transparece o próprio processo de aprendizagem que o Concílio e a sua recepção significaram e ainda significam para mim. Em todo o caso espero que estes vários contributos, com todos os seus limites, possam no seu conjunto ajudar a compreender melhor o Concílio e a traduzi-lo numa justa vida eclesial. Agradeço sentidamente ao arcebispo Gerhard Ludwig Müller e aos colaboradores do Institut Papst Benedikt XVI pelo extraordinário compromisso que assumiram para realizar este livro.

Castel Gandolfo, na memória do bispo Santo Eusébio de Vercelas, 2 de Agosto de 2012. 
BENTO XVI

O Papa aos bispos da França: leigos devem animar realidades temporais; diferença entre o sacerdócio comum dos fiéis e o sacerdócio ministerial.

Do Fratres

     No momento em que o Cardeal Schönborn, arcebispo de Viena, anuncia uma reforma diocesana pela qual leigos comandarão paróquias, o Santo Padre declara aos bispos franceses: leigos devem animar realidades temporais; preste-se atenção à diferença essencial entre o sacerdócio comum dos fiéis e o sacerdócio ministerial ordenado.

     Castel Gandolfo (Agência Fides | 22-09-2012) – “A França possui uma longa tradição espiritual e missionária… Os desafios de uma sociedade largamente secularizada convidam agora a buscar com coragem e otimismo uma resposta, propondo com audácia e inventiva a novidade permanente do Evangelho”. São as palavras com as quais o Santo Padre Bento XVI se dirigiu ontem, 21 de setembro, ao primeiro grupo de Bispos da França que veio a Roma para a visita Ad Limina Apostolorum. No seu discurso, o Papa destacou os traços essenciais da figura do Bispo, cujo ministério se inspira na imagem do Bom Pastor, “que conhece as suas ovelhas, vai em busca daquela que se perdeu, e as ama até dar a própria vida por elas”. “O Bispo diocesano – destacou o Pontífice – é chamado a manifestar uma solicitude especial pelos seus sacerdotes e, em especial, por aqueles que receberam a ordenação recentemente e pelos que têm necessidade ou são idosos… Nos nossos dias, sem dúvida, os operários do Evangelho são poucos. Portanto, é urgente pedir ao Pai que envie operários para sua messe. É preciso rezar e fazer rezar nesse sentido e os encorajo a prosseguir com mais atenção a formação dos seminaristas“.

     Referindo-se depois aos problemas pastorais das dioceses, o Santo Padre afirmou que é preciso evitar “limitar-se a questões organizativas, por mais importantes que sejam… com uma espécie de ‘burocratização da pastoral’, concentrando-se nas estruturas, na organização e nos programas”. Bento XVI destacou ainda que “a evangelização requer partir do encontro com o Senhor, num diálogo estabelecido na oração, de concentrar-se no testemunho a ser oferecido, a fim de ajudar os nossos contemporâneos a reconhecer e a redescobrir os sinais da presença de Deus.”

     Acerca do generoso empenho dos fiéis leigos na vida da Igreja, o Pontífice recordou que sua tarefa específica “é a animação cristã das realidades temporais… Portanto, é necessário prestar atenção no respeito da diferença existente entre o sacerdócio comum de todos os fiéis e o sacerdócio ministerial dos que foram ordenados a serviço da comunidade, diferença não somente de grau, mas também de natureza”.

     Por fim, diante das inúmeras ameaças dirigidas à família, “como consequência de uma concepção da natureza humana que se demonstra imperfeita”, o Papa recordou que “defender a vida e a família na sociedade não é absolutamente um ato retrógrado, mas sim profético, porque significa promover valores que permitem o pleno desenvolvimento da pessoa humana, criada à imagem e semelhança de Deus. Temos aqui diante de nós um verdadeiro desafio a enfrentar”. Por fim, Bento XVI recomendou aos Bispos o empenho em defender a unidade da Igreja na porção do Povo de Deus que lhes foi confiada, “mesmo que no seu interior se expressam legitimamente sensibilidades diferentes que merecem ser objeto de uma igual solicitude pastoral” [ndr: seria uma referência velada aos tradicionalistas franceses?], e a necessidade de garantir uma “catequese adequada” às novas gerações, “para que encontrem o próprio lugar na comunidade dos fiéis”. (SL) (Agência Fides 22/09/2012)

A Arte do Canto e a Ciência

Por Maestro Luciano Peixoto


O canto é uma arte que se desenvolveu ao longo dos séculos, e o mais impressionante é que seu estudo é embasado através do empirismo, ou seja, pelo método prático de analisar como se chega num determinado objetivo através de tentativas assertivas. Foi por este tipo de conhecimento não científico, que se descobriu e amadureceu a própria arte do canto, a emissão, colocação, ressonância vocal, a técnica vocal e os vocalizes.

Este tipo de dinâmica e de crescimento sobre a arte do canto, não se deu do nada. Pensemos um pouco nos mestres e professores de canto que fixaram estes estudos através de suas experiências e de um longo caminho de prática, como, por exemplo: Concone, Sieber, Vaccaj, Pnofka, Marchesi, Rossini, Lehman, Panseron, Rubini, Lablache, Lamperti, Lütgen, Dannhauser e Cacilda Barbosa. Cada um desses autores desenvolveu seus próprios métodos de canto, com objetivo único de “descascar” a voz do aluno de canto e permitir sua longevidade vocal. Sendo assim, o aluno podia executar qualquer música de câmara (Chanson, Lieder, Modinhas e Canções Brasileiras) e, sobretudo árias de óperas.

Mesmo que muitos ainda digam que o canto é uma ciência, temos a consciência que não é, mas, nem por isso devemos desmerecê-la, pois, sabemos que a ciência contribuiu muito para o desenvolvimento do estudo do canto, e que a fonoaudiologia, ajuda não apenas no conhecimento teórico e prático da voz e de suas propriedades, mas também sobre ajustes e correções da voz humana. Isto pode torna-se um grande diferencial para um aluno de canto, sobretudo se este tiver alguma “disfunção” em sua voz.

O bom mesmo seria que os profissionais da voz – professor de canto e fonoaudiólogo - trabalhassem juntos, podendo, assim, analisar nos dois parâmetros a voz do aluno. Pois há questões científicas na voz humana que somente à luz da ciência podem ser sanadas, como também existem questões sobre a voz que somente à luz do conhecimento empírico do canto é que se podem alcançar certos objetivos.

Não criemos dissenções nem muito menos empatias, conhecimento científico e conhecimento empírico, se ajudam de forma mútua. Percebamos que o canto é uma ínfima expressão dos nossos sonhos, desejos, alegrias e tristezas, e que a voz, que é portadora do cantar, possa ser apreciada e estudada pelas pessoas capacitadas nas áreas afins, buscando um só objetivo, assim como os grandes mestres do canto tinham: cuidar da saúde vocal do seu aluno, tornando-o preparado para cantar.
     

Missa tridentina em Maceió

Salutem amicis,
Encontramos este vídeo do Rev. Pe Erico Falcão, celebrando a santa Missa na Igreja de S. Benedito.
Ele celebra todos os domingos as 8h. Venha conhecer e divulguem este enorme tesouro que elevou aos altares um grande número de santos.
In Iesu,
MLSGM
Ave Maria Imaculata

                             

Exaltação da Santa Cruz


Do Rei avança o estandarte, 
fulge o mistério da Cruz,
onde por nós foi suspenso
o autor da vida, Jesus.

Do lado morto de Cristo,
ao golpe que lhe vibraram,
para lavar meu pecado
sangue e água jorraram.

Ó Árvore, a mais bela,
de rubra púrpura ornada,
de os santos membros tocar
digna, só tu foste achada.

Ó Cruz feliz, dos teus braços
do mundo o preço pendeu;
balança foste do corpo
que ao duro inferno venceu.

Ó salve, altar, salve vítima,
eis que a vitória reluz:
a vida em ti fere a morte,
morte que à vida conduz.

Ó salve, cruz esperança,
concede aos réus remissão;
dá-nos o fruto da graça,
que floresceu na Paixão.

Louvor a vós, ó Trindade,
fonte de todo perdão,
aos que na Cruz foram salvos,
dai a celeste mansão.

VÉSPERAS 
EXALTAÇÃO DA SANTA CRUZ 
Liturgia das Horas 
  

Sincretismo e profanação na Diocese de Florianópolis

Salutem amicis,

É com muita tristeza e dor que trazemos as imagens que o Fratres nos trouxe nesta manhã. Sem muitas palavras... Segues as imagens, o texto do Fratres e os endereços para manifestações e denuncias. Só não esqueçam "não há verdade sem caridade".

E rezem em reparação a tal profanação. Miserere nobis!


In Iesu.

Ave Maria Immaculata
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"Escândalo em Florianópolis: Sincretismo e Marxismo das CEBs com a chancela do Arcebispo Dom Wilson Tadeu Jönck, SCJ.

A comoção entre os Católicos de Florianópolis é tamanha que recebemos uma enxurrada de mensagens pedindo que divulgássemos as fotos do 11º Encontro Estadual das CEBs, realizado 07 a 09 de setembro de 2012, em especial da Missa celebrada por Dom Wilson Tadeu Jönck, SCJ, Arcebispo Metropolitano, no dia 7 de setembro.
As fotos estão disponíveis na página do Facebook da Arquidiocese de Florianópolis e em seu site oficial (as mais escabrosas foram retiradas do ar. Nosso agradecimento aos leitores que as salvaram).
                      Participaram da pantomima também Dom Manoel João Francisco, Bispo de Chapecó, e Dom Severino Clasen, bispo de Caçador, OFM -- Presidente da Comissão Episcopal Pastoral para o Laicato da CNBB.                    Participaram da pantomima também Dom Manoel João Francisco, Bispo de Chapecó, e Dom Severino Clasen, bispo de Caçador, OFM e Presidente da Comissão Episcopal Pastoral para o Laicato da CNBB.

A "turiferária" da Missa: ninguém menos que, pelas vestes, deduzimos ser uma Mãe de Santo.
       A “turiferária” da Missa: ninguém menos que, pelas vestes, deduzimos ser uma Mãe de Santo…

... que incensou o altar e as oblatas.
… que incensou o altar e as oblatas.

"Asperges me": Mães de Santo lançam água de cheiro na "assembléia"...
             “Asperges me”: Mães de Santo lançam, segundo relatos, água de cheiro na “assembléia”…

... e pétalas de rosa (?).
             … e pétalas de rosa (?).

Apresentação de uma digníssima senhora que, posteriormente, fez uma das leituras.
             Apresentação de uma senhora que, posteriormente, fez uma das leituras.

Os pacíficos sem terra também estavam presentes.
   Os pacíficos sem terra também estavam presentes.

Índios semi-nus fazem as "preces" em tupi-guarani.
Índios semi-nus fazem as “preces” em tupi-guarani.

Ao longo do encontro, o bispo de Chapecó (SC) -- atual Presidente do CONIC e membro da Comissão Episcopal para os Textos Litúrgicos (CETEL), que está revisando o Missal Romano! -- se mostrou muito à vontade, portanto apenas uma insígnia distintiva: o anel de tucum.
      Ao longo do encontro, o bispo de Chapecó (SC), Dom Manoel João    Francisco — atual Presidente do CONIC e membro da Comissão Episcopal    para os Textos Litúrgicos (CETEL), que está revisando o Missal Romano! — se mostrou muito à vontade, portando apenas uma insígnia distintiva: o anel de tucum.

Sincretismo: Numa "caminhada" dentro da programação do evento, carregam cartaz  em homenagem a Zélio Fernandino de Moraes, a quem se atribuir a fundação da Umbanda em 15 de novembro de 1908.
                   Sincretismo: Numa “caminhada” no encerramento do evento,    carregam cartaz em homenagem a Zélio Fernandino de Moraes, a quem se atribui a fundação da Umbanda em 15 de novembro de 1908.

Na mesmíssima "caminhada", estava presente do Arcebispo de Florianópolis, Dom Dom Wilson Tadeu Jönck, SCJ...
     Na mesmíssima “caminhada”, estava presente do Arcebispo de Florianópolis, Dom Wilson Tadeu Jönck, SCJ…

... que celebrou Missa com o cartaz logo abaixo do altar!
  … que celebrou Missa com o cartaz logo abaixo do altar!


Os Católicos podem manifestar o seu repúdio a estes ultrajes à liturgia pelos seguintes endereços:

Dom Wilson Tadeu Jönck, SCJ, Arcebispo de Florianópolis
Perfil no Facebook: http://www.facebook.com/domwilsonjonck
Email: domwilsontb@gmail.com;domwilson@arquifln.org.br

NUNCIATURA APOSTÓLICA
Excelência Reverendíssima Dom Giovanni D’Aniello, Núncio ApostólicoAv. das Nações, Quadra 801 Lt. 01/ CEP 70401-900 Brasília – DF
Cx. Postal 0153 Cep 70359-916 Brasília – DF
Fones: (61) 3223 – 0794 ou 3223-0916
Fax: (61) 3224 – 9365
E-mail: nunapost@solar.com.br

SECRETARIA DE ESTADO DA SANTA SÉ:
Eminência Reverendíssima Dom Tarcisio Cardeal Bertone
Palazzo Apostolico Vaticano
00120 Città Del Vaticano – ROMA
Tel. 06.6988-3438 Fax: 06.6988-5088
1ª Seção Tel. 06.6988-3014
2ª Seção Tel. 06.6988-5364
e-mail: vati026@relstat-segstat.va; vati023@genaff-segstat.va ; vati032@relstat-segstat.va

CONGREGAZIONE PER IL CULTO DIVINO E LA DISCIPLINA DEI SACRAMENTI
Eminência Reverendíssima Dom Antonio Cardeal Cañizares Llovera, Prefeito desta egrégia Congregação, Palazzo delle Congregazioni
Piazza Pio XII, 10
00120 CITTÀ DEL VATICANO – Santa Sede – Tel. 06-6988-4316 Fax: 06-6969-3499
e-mail: cultidiv@ccdds.va; vpr-sacramenti@ccdds.va

CONGREGAÇÃO PARA A DOUTRINA DA FÉ

Excelência Reverendíssima Dom Gerhard Ludwig Müller
Palazzo del Sant’Uffizio, 00120 Città del Vaticano
E-mail: cdf@cfaith.va – Tel. 06.6988-3438 Fax: 06.6988-5088

CONGREGAÇÃO PARA A EDUCAÇÃO CATÓLICA - DOS SEMINÁRIOS E DOS INSTITUTOS DE ESTUDO:
Eminência Reverendíssima Dom Zenon Cardeal Grocholewski:
Piazza Pio XII, 3 00193 – Città del Vaticano – ROMA
Tel. 06.6988-3438 Fax: 06.6988-5088

CONGREGAÇÃO PARA OS INSTITUTOS DE VIDA CONSAGRADA E SOCIEDADES DE VIDA APOSTÓLICA
Eminência Reverendíssima Dom João Braz de Aviz:
Piazza Pio XII, 3 00193 – Città del Vaticano – ROMA
Tel. 06.6988-3438 Fax: 06.6988-5088
Senhor Prefeito: +39. 06. 69884121
Senhor Arcebispo Secretário Joseph William Tobin, C.SS.R.: +39. 06. 69884584
E-mail: civcsva.pref@ccscrlife.va (Prefeito)
civcsva.segr@ccscrlife.va (Secretário)
vati059@ccscrlife.va (informação)

CONGREGAÇÃO PARA O CLERO

Eminência Reverendíssima Dom Mauro Cardeal Piacenza:
Piazza Pio XII, 3 00193 – Città del Vaticano – ROMA
Tel: (003906) 69884151, fax: (003906) 69884845
Email: clero@cclergy.va (Secretário)

SUPREMO TRIBUNAL DA ASSINATURA APOSTÓLICA
Eminência Reverendíssima Dom Raymond Cardeal Leo Burke.
Piazza della Cancelleria, 1 – 00186 ROMA
Tel. 06.6988-7520 Fax: 06.6988-7553                           "

Um novo Movimento Litúrgico? Por quê? Responde o Papa Bento XVI

Publicamos para a reflexão dos nossos leitores um texto fundamental para a compreensão do pensamento de Bento XVI a respeito da situação litúrgica da Igreja . 

Que a sua leitura ou releitura possa contribuir para que cada vez mais possamos lutar pelo crescimento de um Novo Movimento Litúrgico nos nossos dias como pede o Santo Padre, pedido este que  vem sendo atendido por tantos bispos, sacerdotes e fiéis em todas as partes e que só pode ser descartado por espíritos voluntariamente superficiais, como ele mesmo diz em introdução que fez a uma obra do grande liturgista Klaus Gamber

Bento XVI, A Minha Vida, Lisboa: Livros do Brasil, 2010, pp.106-108

O segundo grande acontecimento que ocorreu no começo dos meus anos de Ratisbona foi a publicação do "Missal", de Paulo VI, com a proibição quase total do "Missal" anterior, após uma fase de transição de cerca de seis meses. O fato de, após um período de experiências, que amiúde desfiguraram por completo a liturgia, se passar a ter um texto litúrgico vinculativo, era de saudar como algo seguramente positivo. Mas fiquei estupefato com a proibição do "Missal" antigo, dado que nunca na história da liturgia se verificara uma situação semelhante. Quis-se passar a ideia de que era uma coisa normal. O "Missal" anterior tinha sido publicado por Pio V em 1570, na sequência do Concílio de Trento; era portanto normal que, passados quatrocentos anos e um novo Concílio, um novo papa publicasse um novo "Missal". Mas a verdade histórica é outra. Pio V limitara-se a reelaborar o "Missal" romano que se utilizava na época, coisa que aliás sempre acontecera ao longo dos séculos. Por seu lado, muitos dos seus sucessores reelaboraram ulteriormente este "Missal", sem nunca, porém, contraporem um "Missal" ao outro. Tratou-se sempre de um processo contínuo de crescimento e de purificação, em que, no entanto, a continuidade nunca era posta em causa. Um "Missal" de Pio V que tenha sido criado por ele, simplesmente nunca existiu. O que existe é a reelaboração que ele mandou fazer, como fase de um longo processo de crescimento histórico. A novidade, após o Concílio de Trento, foi de outra natureza: a invasão súbita da reforma protestante fizera-se sentir sobretudo na modalidade das reformas litúrgicas.

Não havia simplesmente uma Igreja católica e uma Igreja protestante, postas uma ao lado da outra, a divisão da Igreja ocorreu quase imperceptivelmente e teve a sua manifestação mais visível e historicamente mais incisiva nas mudanças ao nível da liturgia. Estas mudanças resultaram de tal maneira diversificadas ao nível local, que o limite entre o que era e não era católico se tornou, amiúde, bem difícil de definir. Esta situação de confusão, criada pela ausência de uma normativa litúrgica unitária e pelo pluralismo litúrgico herdado da Idade Média, fez com que Pio V decidisse que o "Missale Romanum", o texto da liturgia da cidade de Roma, por ser seguramente católico, devia ser introduzido em todo o lado onde não houvesse uma liturgia com, pelo menos, duzentos anos de existência. Onde este critério se verificava, podia manter-se a liturgia anterior, dado que o seu caráter católico era considerado seguro. Não se pode, por isso, falar de uma proibição relativa aos "Missais" anteriores e até ao momento regularmente aprovados. 

Agora, pelo contrário, a promulgação do impedimento do "Missal" que se tinha desenvolvido ao longo dos séculos, desde o tempo dos sacramentais da Igreja antiga, implicou uma ruptura na história da liturgia, cuja consequências não podiam deixar de ser trágicas. Tal como já tinha acontecido muitas vezes, era razoável e plenamente em linha com as disposições do Concílio que se fizesse uma revisão do "Missal", sobretudo, tendo em consideração a introdução das línguas nacionais. Mas nesse momento aconteceu algo mais: destruiu-se o edifício antigo e, embora utilizando o material e o projeto deste, construiu-se um novo.

Não há dúvida de que, em algumas partes, este novo "Missal" trouxe verdadeiros melhoramentos e um real enriquecimento. Contudo, o fato de ter sido apresentado como um edifício novo - contraposto ao que fora construído ao longo da história - que se proibisse este último e que, de certa maneira, se concebesse a liturgia já não como um processo vital, mas como um produto de erudição especializada e de competência jurídica, trouxe-nos danos extremamente graves. Com efeito, deste modo desenvolveu-se a ideia de que a liturgia se "faz", de que não é uma realidade que exista antes de nós, - algo de "dado" -, mas que depende das nossas decisões. Consequentemente, esta capacidade de decisão não é só reconhecida aos especialistas ou a uma autoridade central, mas também em definitivo a qualquer comunidade que queira ter uma liturgia própria. 

O problema é que, quando a liturgia é algo que cada qual pode fazer à sua maneira, ela deixa de nos poder dar aquela que é a sua verdadeira qualidade: o encontro com o mistério, que não é produto das nossas acções, mas a nossa origem e a fonte da nossa vida. Para a vida da Igreja, é dramaticamente urgente um renovamento da consciência litúrgica, uma reconciliação litúrgica, que volte a reconhecer a unidade da história da liturgia e compreenda o Vaticano II não como ruptura, mas como momento evolutivo. Estou convencido de que a crise eclesial em que actualmente nos encontramos depende, em grande parte, da decadência da liturgia, que, por vezes, é mesmo concebida "etsi Deus non daretur": "como se já não interessasse se Deus está ou não presente nela", se Ele nos fala e ouve ou não. 


Mas se na liturgia já não aparece a comunhão da fé, a unidade universal da Igreja e da sua história, o mistério de Cristo vivo, de que modo é que a Igreja manifesta a sua substância espiritual? Nesse caso, a comunidade celebra-se apenas a si mesma, coisa que não tem qualquer valor. E dado que a comunidade em si mesma não pode subsistir, mas é criada, na fé e como unidade, pelo próprio Senhor, torna-se inevitável que, nestas condições, se chegue ao ponto da fragmentação em partidos de todo o gênero, à contraposição partidária numa Igreja que se dilacera a si mesma. É por isso que precisamos de um novo movimento litúrgico, que recupere a verdadeira herança do Concílio Vaticano II.